segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A crise das escolas técnicas federais

José Serra propôs, durante a campanha, investir pesado na educação profissionalizante e levar ao Brasil inteiro o modelo exemplar das escolas técnicas do estado de São Paulo, com destaque para as FATECs e ETECs.
Criou até um nome para o projeto - PROTEC.



Eis que a presidente eleita resolveu aproveitar a ideia, com uma pequena alteração, PROTEC virou PRONATEC.
Não sabemos, porém, qual será o padrão de qualidade.
Editorial do Estadão do início de setembro mostra o desempenho desastrado do Ministro da Educação, Fernando Haddad, e a degradação do ensino público federal que anos atrás era dispudatíssimo pela garantia da qualidade:


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Há duas semanas, a presidente Dilma Rousseff anunciou a criação de mais 208 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) - ....

As metas são ambiciosas, mas nada garante que o governo conseguirá cumpri-las, principalmente se levados em conta os problemas que os IFs e os Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) vêm enfrentando ao longo deste ano.

Como esses estabelecimentos não dispõem de docentes em número suficiente, cerca de 20 mil alunos ficaram sem aula durante mais de dois meses, no primeiro semestre.
A falta de professores concursados de matemática, física, química e eletricidade comprometeu o cronograma do ano letivo e vem afetando a qualidade do ensino.

E, desde o término das férias de julho, mais da metade dos IFs e dos Cefets não retomou, total ou parcialmente, as atividades didáticas previstas para o segundo semestre, por causa de uma greve de professores e servidores deflagrada por razões salariais e melhoria das condições de trabalho.

Em alguns Estados, como a Paraíba, todos os IFs e Cefets estão parados.
Além de reivindicar reajuste salarial, os docentes e servidores reclamam da falta de infraestrutura básica.

Segundo eles, vários IFs e Cefets funcionam em edifícios precários, sem água e com frequente quedas de energia.
Outras unidades não dispõem de laboratórios e insumos para pesquisas.

“Criaram o instituto, mas não construíram estrutura alguma.
Fomos colocados em prédios adaptados.
Temos campi em funcionamento no mesmo espaço em que já existiu um albergue”
,
diz Nilton Coelho, presidente do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), no Estado de Alagoas.

Seja lá o que isso quer dizer, uma coisa é certa: o mesmo governo que promete expandir a rede federal de ensino técnico, inaugurando 88 estabelecimentos no próximo ano e outros 120 até o final de 2014, não consegue fazer funcionar as escolas já existentes.

Os problemas dos IFs e Cefets são fruto de mais uma decisão equivocada do governo Lula, que estimulou a criação desenfreada de centros de educação tecnológica sem qualquer planejamento.
E, infelizmente, nesse campo Dilma parece estar seguindo o exemplo de seu antecessor.

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