terça-feira, 7 de agosto de 2012

ENQUANTO A PÁTRIA DORME TÃO DISTRAÍDA, SEM PERCEBER QUE É SUBTRAÍDA, O CRIME AVANÇA!!!


Ainda resta no país espaço para a indignação. 
Em frente ao STF populares em vigília acenderam velas contra a impunidade.
Em SP (foto acima) também!

Confiram as palavras finais do procurador-geral, Roberto Gurgel, ao encerrar sua peça acusatória, no caso do Mensalão, esquema de desvio de dinheiro público que está sendo julgado no STF:

“Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações”

A imagem acima destoa, em termos, da afirmação do procurador. Porém, temos que concordar, as manifestações são praticamente inexistentes, um pouco mais enfáticas nas redes sociais, mas nada que abale a estrutura aparentemente sólida que vem preservando os principais quadros da República, especialmente o principal beneficiado do maior esquema de corrupção da nossa história, mas que continua como o nome mais cotado a assumir novamente o comando do país.

Um dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal incumbidos de julgar o processo do mensalão, Marco Aurélio Mello, disse no domingo ao Estado que contesta exigência de prova cabal para o julgamento dos "mensaleiros". Isto porque esse tipo de ação acontece sem deixar rastro, impossível esperar que apareçam provas materiais, deveriam valer ao menos as confissões, como a do marqueteiro Duda Mendonça.

"O que vão querer em termos de provas? Uma carta? Uma confissão espontânea? É muito difícil. Você tem confissão espontânea de ladrão de galinha. Agora, do traficante de drogas ou de um delito mais grave não tem", disse o ministro.

Já não basta o estrago que o pessoal da luta armada fez ao ensinar técnica de guerrilha aos ladrões de galinha nas penitenciárias, agora temos um líder popular e seus subordinados ensinando ladrão de galinha a mentir para se safar da prisão.

Outra declaração do ministro deveria provocar mais do que aversão, se o povo brasileiro tivesse dignidade sentiria revolta contra o grande comandante do partido do Mensalão: "Você acha que um sujeito safo como o presidente Lula não sabia? O presidente se disse traído. Foi traído por quem? Pelo José Dirceu? Pela mídia? O presidente Lula sempre se mostrou muito mais um chefe de governo do que chefe de Estado."

Mesmo assim, seu nome tem sido poupado, os fatos que o comprometem são omitidos e o trecho mais grave da acusação é deixado meio de lado para tentar desviar a atenção da opinião pública para o momento da distribuição da grana aos partidos, que seria uma inocente partilha fraternal entre companheiros. Mas o jornalista Reinaldo Azevedo vai ao ponto:

A entrevista do advogado de Dirceu e a questão: a destinação do dinheiro muda a sua origem criminosa?

Os advogados de defesa dos mensaleiros dão continuidade a seu trabalho de desqualificar a acusação e a tese da Procuradoria-Geral da República. (...) No ritmo em que a coisa anda, Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares ainda acabam canonizados. E será preciso mandar Gurgel para a cadeia.
O advogado de José Dirceu, Oliveira Lima, afirma o seguinte:

Não é a defesa que diz que o mensalão não existiu, são as provas dos autos. Os recursos foram entregues a parlamentares com um único fim: pagar dívidas de campanhas.

Esse é o truque de sempre. “Os recursos foram entregues aos parlamentares para pagar dívidas de campanha…” Muito bem, doutor! Ainda que tivesse sido assim. 

E como foi mesmo que os tais “recursos” foram obtidos?

Daqui a pouco, ainda sairemos por aí aplaudindo a apropriação do Banco do Brasil, a lambança com a Visanet, os empréstimos fraudulentos do Rural e do BMG, o transporte de bolada de dinheiro em carros-fortes… Tudo para pagar “dívida eleitoral”!!!

É impressionante que essa tese prospere. A destinação do dinheiro, por acaso, muda a sua origem criminosa?

Transferir uma dinheirama do Banco do Brasil para agências de Marcos Valério, sem a devida prestação de serviço, pode ou não pode?

E simular empréstimos de bancos para tentar lavar a origem pública — ilegalmente surrupiada — da grana? É legal? É aceitável? 

E a compra — o nome é esse — de políticos e de partidos? Devemos consagrar a prática como corriqueira, como o nosso modo de ser e de fazer política?

Reinaldo Azevedo diz mais em outro texto:

"Os 11 do Supremo vão dizer se é bom, belo e justo cometer uma penca de crimes para usar o dinheiro público a serviço de um partido, de seus interesses, de seu projeto de poder. E vão dizer se os homens e mulheres que operaram esse esquema vão ou não permanecer impunes. Lula, infelizmente, não é 37º passageiro, embora devesse ser o primeiro."
*

A quase ausência de indignação, os noticiários moderados, jornalistas pisando em ovos, praticamente todas as lideranças que poderiam mobilizar a sociedade estão mudas por conveniência ou por falta de coragem para combater as práticas perversas que estão se banalizando e se instalando no país como padrão dito progressista, infelizmente adotado por muitos brasileiros como prática normal.
Chegamos a um ponto que certos “malfeitos” não levam seus autores à cadeia, talvez sejam casos para ratoeiras.

Mais um pouco sobre o "Mensalão", um beabá para quem ainda não entendeu a gravidade do caso, aos que buscam informação e para quem gosta de relembrar para não correr o risco de ser seduzido por alguma artimanha picareta, que pode um dia resultar em mais pagamento de indenizações a esses "pobres perseguidos":

2 comentários:

  1. Amiga, confesso que não tenho mais estômago para ver essas sessões de tortura pela TV. Acompanho um pouco pelo TT e noticiários mas não quero me envolver muito....É muito desgastante e eu não mereço essa tortura...O mais triste de tudo é pensar que esses monstros estão aí porque o povo elegeu e, provavelmente elegerá novamente!!! LAMENTÁVEL!!!!!!!

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  2. Eu passei uns dias no interior, sem internet e sem ânimo para assistir TV. Queria curtir a família, os amigos de lá e mais nada.
    Mas não consigo me enganar por muito tempo, foi só voltar para casa e tive que encarar algumas situações desagradáveis, fruto da maldade e da mediocridade desse desgoverno que está quebrando o país. Se os serviços públicos de saúde são precários, os convênios estão de mal a pior. Esse é apenas um dos exemplos da falta de ação política que afetam a população, e eu estou incluída, não tem como fugir. Só resta o conformismo ou tentar mudar.

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