domingo, 27 de fevereiro de 2011

Eleitor de Tucano não é "MASSINHA"

Um tucano que eu respeito muito, mais por sua humanidade e habilidade de se relacionar com as pessoas do que pelo resultado de suas empreitadas, declarou que dói a leitura de matéria da jornalista Dora Kramer "Insuficiência de Tutano".
O texto trata justamente do corpo mole da atual Oposição, que há quase dez anos vem contribuindo, de maneira altruísta, com todas as medidas do governo que trazem benefícios à população brasileira.
Esqueceram de lembrar que essas eram suas bandeiras, praticamente tudo o que se vende como novo já existia e era duramente combatido tanto pelo partido do governo quanto por seus seguidores.

Um exemplo de oposição sistemática e irresponsável era acompanhada por diversas instituições que ainda hoje seguem a cartilha, mesmo depois de tantos escândalos.
A maior decepção fica por conta da midia, visivelmente refém das verbas do governo, como também dos grupos religiosos, que costumavam manifestar sua contrariedade aos programas de distribuição de renda do governo Fernando Henrique, acusando de eleitoreiros o que agora elogiam.
Nas suas análises da conjuntura não se encontra nenhum comentário sobre o jogo sujo das campanhas petistas, principalmente quando alegam que o partido adversário vai acabar com os programas sociais.
Muito pelo contrário, endossam as ameaças.

Pois bem, o governo FHC não utilizou o programa para comprar votos, como tem acontecido nesses últimos anos, tanto é que muitos ignoram, ou esqueceram, que mais de cinco milhões de famílias beneficiadas já eram atendidas antes do PT conseguir vencer a eleição.
Quem ainda não assistiu este video com críticas ao Bolsa-Escola, que virou Bolsa-Família?



Como exigir consciência do eleitor se as instituições que exercem enorme influência na sociedade e que deveriam orientar essas pessoas não apresentam nenhuma palavra de indignação contra quem mente e comanda os esquemas de corrupção?
E mais, nenhuma crítica à farra com cartões corporativos; às baixarias dos discursos; à criação de dossiês para destruir adversários; às quebras de sigilo, especialmente do caseiro; aos crimes confessados publicamente, afinal, o próprio ex-presidente confessou o uso de caixa dois para a sua campanha, alegando que fez o que todo mundo faz; desvios nas obras do PAC; pagamento ilegal no exterior e confessado pelo marqueteiro; discursos que incentivam o ódio e dividem o país, e muito mais.
A lista é imensa.

Nas suas análises atrevem-se a citar o então presidente como vítima e as frases de efeito parecem cópias das cartilhas petistas.

Trecho de uma análise da conjuntura de março de 2001.

Delineiam-se hoje 3 candidaturas nos principais partidos brasileiros: Lula, José Serra e Itamar, enquanto a candidatura de Ciro Gomes corre “por fora”.
Neste contexto pre-eleitoral, as disputas internas à base aliada podem levar à instauração da CPI sobre a corrupção, que fora abafada no ano passado.
Tal CPI prejudicaria muito a candidatura apoiada pelo Planalto.
No mínimo, poderia tornar-se um palanque capaz de neutralizar a eficiência dos palanques oficiais: o “Portal do Alvorada” e os Programas Estratégicos do “Avança Brasil”, com farta distribuição de dinheiro aos pobres em forma de bolsa-escola ou de bolsa-saúde.


Uma das análises mais injustas aborda o sofrimento e a morte de Mario Covas e trata a exposição desses fatos na midia como um lance de oportunismo, enquanto que, em relação ao ex-presidente petista, no momento em que consegue se eleger pela primeira vez, é enaltecido justamente pelo sofrimento, independentemente da existência de valores ou competência para governar o país, como se a origem humilde bastasse.

“Chama atenção a forma como a opinião pública acompanhou a doença do governador Mário Covas e, mais ainda, sua exaltação após a morte.
O papel da mídia aí, como em fenômenos semelhantes, é relativo: ela pode alimentar e reforçar uma tendência psicossocial, mas fundamentalmente o que faz é levantar a demanda existente de percepções e sentimentos para corresponder-lhe e com isto, ter sucesso.
Algo como o surfista que sabe usar com oportunismo as ondas que lhe são dadas."
(2001)

E a seguir a louvação, a idolatria:

"Esperança que brota das urnas
Nunca se viu tantas bandeiras pelas ruas, nem tantos carros e casas identificadas com algum candidato ou partido.
A exemplo do que ocorre nos festejos populares, o país se enfeitou e se vestiu em cores vivas para a festa da democracia.
Um oxigênio novo dominou o pleito.
Foi resgatada a política como participação popular, com as pessoas saindo às ruas para manifestar, positivamente, suas escolhas e opiniões.
É como se o ato de fazer política, tido como coisa suja e sórdida, tivesse ganhado um novo tempero.
Isso se deve certamente à figura de Luiz Inácio Lula da Silva.
Um Silva, o sobrenome mais popular entre nós, ocupa espaços inéditos não apenas na vida e na mídia do país, mas até no cenário internacional.
A novidade mexe com o imaginário popular.
O personagem Lula põe em cena uma história de vida marcada por sofrimento, luta e esperança, como a de milhões de brasileiros – eis a cara de um Brasil ausente dos palcos onde se decide os destinos da nação."
(2002)

Na mais recente campanha, sem levar em consideração as denúncias da Casa Civil e dos dossiês, além dos crimes eleitorais, repete-se o mesmo modelo de análise tendenciosa e ultrapassada:

"Seguramente, o cenário eleitoral que caminhava para um “plebiscito” entre os 8 anos de governo Lula e os 8 anos de FHC, pode trazer para o centro temas fundamentais para o futuro do Brasil: Estado e Desenvolvimento Sustentável.
Pois o Pré-sal favorece a rediscussão sobre o modelo de Estado, principalmente entre os principais postulantes, o Governador José Serra e a Ministra Dilma Roussef.
O primeiro, caudatário de uma renovação do neoliberalismo e a segunda, parte de uma visão de Estado como indutor do desenvolvimento."


Aproximadamente 44 milhões de brasileiros depositaram nas urnas o desejo de mudança e a contrariedade com o governo petista, cerca de 36 milhões negaram seu voto pelos mesmos motivos, mas, infelizmente, não encontraram na oposição a firmeza necessária para o enfrentamento dessas questões.
Muitos têm se manifestado pela internet, inclusive AQUI, e continuaremos insistindo, até que os partidos da Oposição consigam entender que a crítica construtiva é tão importante quanto o apoio, como o que oferecemos voluntariamente durante a campanha.
E continuamos na luta, faremos de tudo para que um bom candidato da oposição consiga vencer o grupo que está no comando do país, mesmo que não queiram a vitória.

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